terça-feira, 15 de junho de 2010

Dia 1 – Sábado (continuação)

Austrália

Baz Luhrmann dirigiu Strictly Ballroom(1992), Romeu & Julieta (1996), Moulin Rouge (2001) – três filmes que juntos são conhecidos por trilogia da cortina vermelha. Todos eles bastante marcantes, seja pela fotografia, pela coreografia, pelo cenário, pelo figurino ou por tudo isso junto, foram filmes impactantes, ousados e impressionantes.

Com Austrália, Baz Luhrmann traz novamente Nicole Kidman como personagem principal forte, decidida e poderosa, mas dessa vez, menos esférica. Lady Sarah Ashley não é uma personagem que vai te surpreender. Desde o começo do filme, apesar da transformação de uma dama inglesa para uma fazendeira, fica claro qual trajetória que irá seguir. Esse aspecto acaba deixando o filme com ar “água com açúcar” (o que, dependendo do seu gosto cinematográfico, pode ser ótimo). Além disso, a lógica de que a mocinha e o semi-vilão-semi-mocinho (perfeito para Hugh Jackman) ficarão juntos fica óbvio desde o começo. Ambientado na Austrália de 1939 a 1942, é inevitável a idéia de um cenário hostil e duro para cenas românticas, que fica entre o interessante e o piegas.

Fazendo um contra ponto entre o romântico e o western, espertamente Baz coloca um menino mestiço como narrador da trama. Além trazer toda a questão étnica mostrando o conflito cultural, político e religioso das raças branca inglesa e negra aborígene, traz um ar mágico e suaviza o drama com a inocência infantil.
Outra referencia lúdica é feita ao filme O Mágico de Oz com sua música tema sendo interpretada ora pela voz de Nicole Kidman, ora por assovios, ora por uma gaita aborígene - confere um tom dramático e simbólico.

Aparentemente, o filme não é tão marcante por falta de foco. Com três etilos em um longa só (romance, western e guerra) acaba longo de mais e se torna cansativo. Talvez, assistindo ao filme sem expectativas e tirando –o do contexto das três primeiras obras do diretor, aqueles que tem interesse por filmes de romance sintam-se agradados.

Algo que me chamou bastante atenção foi a trilha sonora. Não há como fugir do worldmusic, mas impressionantemente não apela para todos os clichês esperados. Com artistas como Edward Elgar (compositor clássico britânico, morreu em 1934), Ophelia of the Spirits (atista pouco conhecida fora da autrália, mas de estilo próprio dentro do pop), John Butler Trio, Elton John (já acostumado às trilhas étnicas – vide Rei Leão), a música Over the Rainbow interpretada por Juy Garland (não podia faltar) e até músicas que o próprio Baz Luhrmann compôs junto com Felix Meagher .


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